Imagine-se em uma floresta exuberante, onde uma variedade de árvores se estende até onde a vista alcança. Há árvores altas e frondosas que lançam suas sombras sobre o solo, e arbustos mais baixos, cheios de flores coloridas, que perfumam o ar. Há pinheiros esguios e robustos que permanecem verdes durante todo o ano, ao lado de árvores caducas que mudam de cor com as estações, exibindo uma paleta de tons quentes e vibrantes no outono. Algumas árvores têm troncos grossos e folhas grandes, outras são mais delicadas e produzem flores pequenas e belas. Cada uma dessas árvores é distinta, com suas características e particularidades, e juntas criam um cenário diversificado e impressionante que inspira e agrada a quem o observa.
Assim como essa floresta diversificada, cada congregação é composta de uma variedade de pessoas – irmãos e irmãs de diferentes idades, origens, personalidades e habilidades. Cada membro contribui com algo especial para a “paisagem” espiritual da congregação, tornando-a um lugar único e acolhedor. Assim como uma árvore isolada não consegue refletir a beleza de toda a floresta, uma única pessoa não reflete completamente o caráter e a harmonia de uma congregação. É a soma das qualidades, personalidades e dons de todos os membros que forma esse “parque espiritual”, um lugar que agrada profundamente a Jeová.
A beleza da diversidade e o propósito das diferenças
Na floresta, cada árvore tem um papel essencial. Algumas oferecem abrigo para pequenas criaturas, outras dão sombra, enquanto outras fornecem alimento. Da mesma forma, cada irmão e irmã na congregação possui qualidades que trazem benefícios únicos. Pode haver irmãos que são como carvalhos fortes, sólidos em sua fé e apoio constante para outros. Eles talvez sejam conhecidos por sua sabedoria e pelo conselho equilibrado que oferecem. Outros são mais como as flores delicadas, que espalham alegria e encorajamento com suas palavras gentis e seu sorriso acolhedor. E, assim como a floresta é enriquecida por essa variedade, a congregação é beneficiada por essa diversidade de talentos e personalidades.
Esse é um reflexo do que o apóstolo Paulo menciona em 1 Coríntios 12:14-18, onde descreve a congregação como um corpo com muitos membros, cada um com uma função específica e necessária. Paulo destaca que, embora diferentes, todos os membros são essenciais para a harmonia e funcionamento do corpo. Esse princípio se aplica na congregação. Se todos fossem iguais, se tivessem o mesmo tipo de habilidade ou personalidade, faltaria a harmonia e o equilíbrio que advém da diversidade. São justamente essas diferenças que permitem que cada um complete o outro, assim como cada árvore na floresta contribui para o ecossistema ao seu redor.
Concentrando-se nas qualidades em vez das imperfeições
Quando visitamos uma floresta, raramente nos concentramos nas imperfeições das árvores. Não prestamos atenção aos galhos quebrados, às folhas caídas ou às marcas no tronco. Em vez disso, apreciamos a beleza do conjunto e a forma como cada árvore se encaixa no cenário, criando um ambiente agradável e sereno. Da mesma forma, na congregação, é mais proveitoso focar nas qualidades dos nossos irmãos e irmãs em vez de nas suas imperfeições. Cada membro da congregação é, afinal, imperfeito, assim como cada árvore pode ter falhas. No entanto, quando olhamos para o quadro geral e valorizamos o que cada um traz, podemos ver a beleza que Jeová vê.
Isso exige que exercitemos empatia e apreço genuíno para com cada um, reconhecendo que, assim como nós, cada irmão e irmã está se esforçando para agradar a Jeová e crescer espiritualmente. Assim como uma árvore não pode esconder suas cicatrizes e marcas, nós também temos nossas falhas e limitações. No entanto, quando escolhemos olhar além dessas imperfeições e focar nas qualidades, estamos agindo como Jeová, que vê o potencial e a beleza de cada um de nós.
Essa mudança de perspectiva exige um exercício de empatia. Pense em como nos sentimos quando alguém nos valoriza pelo nosso esforço, mesmo sabendo que temos pontos fracos. Esse tipo de apreço nos incentiva a continuar a melhorar e a servir com alegria. Da mesma forma, quando nos concentramos nas qualidades dos outros, podemos incentivá-los a cultivar ainda mais essas qualidades, fortalecendo o vínculo entre nós e promovendo a paz e a unidade dentro da congregação.
Considere, por exemplo, um irmão que talvez seja menos falante, mas que é sempre fiel e pontual nas reuniões e no serviço de campo. Ao focarmos na sua lealdade e no zelo, em vez de talvez desejar que ele fosse mais extrovertido, podemos aprender a apreciar a beleza de sua fidelidade. Esse reconhecimento sutil, porém sincero, pode ser exatamente o que ele precisa para se sentir valorizado e inspirado a continuar servindo com dedicação.
Outro exemplo seria uma irmã que talvez não tenha o dom da palavra, mas que tem um espírito generoso e está sempre pronta para ajudar quando alguém precisa. Ao concentrarmos nossa atenção nessa qualidade dela, não só a incentivamos, mas também nos beneficiamos de sua bondade. Em vez de nos concentrarmos no que falta, valorizamos o que ela já traz para a congregação, e isso enriquece o ambiente espiritual, promovendo um “paraíso espiritual” em que todos se sentem aceitos e amados.
Ao cultivarmos essa atitude de foco nas qualidades dos outros, estamos ajudando a construir um ambiente onde todos sentem que têm algo de valor a oferecer. Isso nos lembra o conselho do apóstolo Paulo em Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é de séria preocupação, tudo o que é justo, tudo o que é casto, tudo o que é amável, tudo o que é de boa reputação, se há alguma virtude e se há algo louvável, continuem a considerar essas coisas.” Ao aplicarmos esse conselho nas nossas interações na congregação, estamos buscando ativamente enxergar as qualidades que edificam, o que torna a convivência mais harmoniosa e encorajadora.
Portanto, ao fazermos parte dessa “floresta espiritual” que é a congregação, que possamos nos lembrar de focar na beleza das “árvores” ao nosso redor. Quando fazemos isso, permitimos que a paz e a alegria se fortaleçam entre nós, e mostramos a Jeová que queremos ver os nossos irmãos como ele os vê – com amor, paciência e apreço.